segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Happy Halloween!Happy Samhain!



Samhain, do irlandês “fim do verão”, é o ano novo celta,acomodado no dia 1 de novembro do calendário moderno.Na verdade, Samhain é um período fora do tempo,
intermediário entre o ano que acaba e o que está por se iniciar. É a área neutra, o limite, a fronteira, o in-between, a “terra-de-ninguém” dos campos de batalha.

E muitas batalhas foram travadas em Samhain, assim como muitos eventos importantes ocorrem nesta mesma data.

A começar pela mágica união divina entre Dagda, deus associado à virilidade e à fartura e restauração da vida, com Morríghan, cujos domínios são a guerra, a profecia e a morte.


Em Samhain também ocorria O Feis Temhair, o Festival de Tara, em que delegações das Cinco Províncias da Irlanda reuniam-se no palácio de Tara, a cada três anos, para as
celebrações, festividades, disputas e ajustes que mantinham vivas e saudáveis as comunidades da Irlanda celta. Samhain está associado ao Hallowe’en – nomenclatura
cristã, abreviação das palavras All Hallows Evening, ou seja: A Noite de Todos os Santos. De fato, no séc. VIII, os cristãos alteraram seu calendário para acomodar a data que celebrava todos os santos (inclusive os mártires desconhecidos que morreram em nome da nova religião), trazendo-a para perto de outra data cristã, hoje conhecida como Finados, em que todos os ancestrais falecidos eram homenageados. 

Santos no dia 1, ancestrais no dia 2: com este ajuste, os cristãos preservaram – ainda que sob o verniz cristão – o antigo festival celta de Samhain que, por ser o portal temporal que nos coloca em contato com o Mundo Espiritual, é propício para o convívio entre os vivos e seus ancestrais e deuses. Nada mudou.


Por que, podemos perguntar, teriam os cristãos preservado a data e seu tema? Porque ela é profundamente arraigada na alma coletiva do mundo ocidental. Os celtas da Irlanda celebravam Samhain, os cristãos passaram a celebrar Todos os Santos e Finados – e a Astrologia nos propõe exatamente os mesmos temas.

No período em que ocorre Samhain, a constelação dominante é Scorpio, e o signo zodiacal de Escorpião tem como temas a capacidade de regeneração, a força de morte e
renascimento, a sexualidade e a espiritualidade mais profunda. Muitos desses temas podem ser vistos nas lendas da Irlanda celta associadas à data: ao já mencionado encontro amoroso de Dagda e Morríghan somam-se os encontros do mesmo Dagda com Boann e uma outra deusa cujo nome permanece um mistério. Em todos esses encontros, o tema central é o sexo sagrado entre as divindades. Por ser o “fim do verão” (Samh + Fuinn), Samhain anuncia a aproximação dos cruéis – imagine-se na Idade do Bronze – meses gélidos do inverno. Sem dúvida, as forças vitais precisariam lutar para vencer a morte no frio inverno europeu.

O fato de serem deuses a copular também ecoa a espiritualidade profunda associada ao signo de Escorpião. Para os que se contentam com leituras superficiais dos mitos, Samhain costuma ser visto como um festival sinistro, obscuro. Mas a cópula divina é algo a ser celebrado – a manutenção da vida é garantida por essa cópula. E a festa trienal de Tara indica que o período era visto como propício para festividades e atividades importantes da vida da comunidade. Ainda mais se levarmos em conta que, no folclore irlandês, este período era visto como propício para que mulheres engravidassem. Pode soar estranho para nós, em nossos dias de medo e ignorância da morte. Para povos que não fazem da morte um tabu, porém, essa proximidade é bastante natural.


Ainda no âmbito da astrologia, o signo de Escoprião tem como regente Plutão. Muito mais do que um planeta, Plutão é um deus romano. Seu equivalente helênico é Hades, Senhor do Reino do Submundo que leva seu nome e que é a morada dos mortos e dos ancestrais - portanto, a mesma temática encontrada nos mitos e costumes associados a Samhain – morte-renascimento, espiritualidade profunda, sexualidade, poder regenerativo - é reforçada pela astrologia.


Isto quer dizer que a astrologia influenciou a espiritualidade celta? Não – e tampouco o inverso: na verdade, tanto os mitos da Irlanda celta quanto os mitos gregos de Deméter e Perséfone, quanto a astrologia e as festas cristãs de Finados e Todos os Santos são somente variações de um mesmo tema, interpretações distintas de um
mesmo momento mágico supracultural e atemporal, cuja força só pode ser concebida quando pomos em perspectiva o vasto período de tempo e as longas distâncias físicas que
separam a astrologia indiana – ou mesmo a persa – das lendas celtas, os mitos helênicos dos costumes cristãos.


É verdade que todos os mitos do mundo são moldados pela paisagem das terras em que vive a cultura que os desenvolvem; mas também é verdade que, como culturas costumam migrar para outras regiões, os mitos se desatrelam da paisagem que os originou sem que isso, em hipótese alguma, tire sua força e seu simbolismo. Muitas das constelações do Zodíaco sequer são visíveis no Hemisfério Sul, mas nem por isso questiona-se a valia da astrologia – desenvolvida no Hemisfério Norte - em nosso hemisfério. 


A este mergulho na essência dos mitos dá-se o nome de mitopoese – o estudo da essência transformadora por trás dos mitos, que é o mais poderoso elemento na vivência de um ritual.


Se os temas deste período serão chamados de Samhain, Finados ou Sol em Escorpião, pouco importa: o que realmente interessa é sua compreensão e, mais importante ainda, sua vivência plena. 


Este é um momento transformador, um limiar entre mundos, uma chance de encarar as mudanças que se fazem necessárias, de abraçar com carinho e volúpia as transformações bruscas que a ciclicidade da vida nos propõe para abrir espaço para o novo, para a evolução, para a regeneração. Mais do que um momento de cultuar deuses ou ancestrais (mas não são o mesmo do ponto de vista celta?), Samhain propõe a vivência dos mitos em nossas próprias vidas pessoais. Com a dor que o fim e a morte costumam trazer, com o prazer do reinício pleno de oportunidades e prazer.


Feliz Ano Novo. Feliz Samhain!







Sláinte!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MITOS DA IRLANDA - BANSHEE

Origem: Religicionário


Banshee ou "Bean Sidhe 'é a mulher fada na mitologia irlandesa -bean (feijão), o que significa uma mulher, e shee (sidhe) fada. Umabanshee pode aparecer sob um de três disfarces: uma jovem, uma matrona imponente ou uma bruxa idosa. Estas representam o tríplice aspecto da deusa celta da guerra e da morte, ou seja, Badhbh, Macha e Mor-Rioghain.

Uma banshee normalmente usa, tanto um manto cinzento, com capuz ou  ou um robe tumular. Ela também pode aparecer como uma lavadeira e é aparece lavando a roupa manchada de sangue daqueles que estão prestes a morrer. Neste aspecto, ela é conhecida como o Nighe ou mulher que lava roupa. Ela sempre tem muito longos cabelos e olhos vermelhos de tanto chorar. Quando alguém está prestes a morrer, a Banshee aparece na casa da família durante a noite e chora e geme. Às vezes, chora por várias noites seguidas. Seus gritos e lamentos também são chamados de 'afiados'. O lamento de uma alma penada atravessa a noite, com notas subindo e descendo como as ondas do mar, e sempre anuncia a morte.



Ela é fada-mulher, solitária, que lamenta e antecipa o luto das melhores famílias da Irlanda, aqueles com mais antigas linhagens Celtas, cujos nomes começam com Mac, Mc ou 'O'. Segundo a tradição, uma banshee só pode chorar para cinco grandes famílias irlandesas: os O'Neills, os O'Briens, os O'Connors, os O'Gradys e os Kavanaghs. Casamentos entre esses clãs, estenderam essa tradicional lista de famílias.

A banshee também é conhecida como a "Branca Senhora das Dores" e a "Senhora da Morte". Invisíveis, as banshees assistem aos funerais dos mortos queridos, embora, às vezes possam ser ouvidas lamentando, e misturando as suas vozes no lamento dos humanos.





Sláinte!



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Café (Na) Irlanda!


Ajude a banda Café Irlanda a encontrar suas origens e representar o Brasil NA IRLANDA!



A banda carioca Café Irlanda foi convidada para representar o Brasil na etapa internacional do Brasil Celtic Festival, que ocorrerá nos dias 3 e 4 de novembro. Como o evento não irá custear todas as despesas os rapazes do Café Irlanda  resolveram criar um crowdfunding para ajudar no custo. O Café Irlanda conta com a ajuda dos fãs,amigos e pessoas que admiram o trabalho da banda para fazerem sua primeira apresentação internacional, e o melhor é que essa contribuição será recompensada por alguns brindes: 

R$5,00 - Agradecimento em show
R$10,00 - Botton e agradecimento em show
R$25,00 - Demo autografada com agradecimento personalizado de toda a banda
R$40,00 - Assistir a um dia de ensaio da banda
R$50,00 - Camisa, botton e demo autografada
R$80,00 - Aula de uma hora com o instrumento que o colaborador escolher
R$150,00 - Entrar VIP em um show, além de ganhar camisa, botton, demo autografada e um beijo de toda a banda!
R$700,00 - Pocket show acústico de uma hora, em local escolhido pelo colaborador, dependendo da agenda da banda.


* Para mais informações de como fazer a contribuição:        

 

E para você que infelizmente ainda não conhece a banda não sabe o que está perdendo!!!


Sobre o Café Irlanda


O Café Irlanda é uma banda carioca surgida em 2009, cuja proposta é tocar música tradicional irlandesa, mas com uma pitada especial: acrescentar elementos da música brasileira e compor com outras sonoridades da música folk celta, de nações como Galícia, Escócia, Bretanha Francesa e País de Gales. O Café Irlanda, inicialmente, foi influenciado por bandas como The Bothy Band, The Chieftains, The Dubliners, The Pogues, Planxty, Luar na Lubre e Carlos Núñez. 

Como se pode imaginar, o acesso a uma cultura musical tão distante da música popular brasileira não foi fácil, e só foi possível um aprofundamento maior nesse estilo graças à Internet. Não seria equivocado, aliás, dizer que o Café Irlanda é um fenômeno da Internet, já que, não apenas as pesquisas de material, o contato com as bandas e a montagem de seu repertório foi enormemente facilitado pela rede mundial, como os próprios membros originais se conheceram por seu intermédio. 

Além disso, como na formação original da banda, poucos dos membros conheciam a linguagem de partituras, a arte imitou a vida e a tradição musical irlandesa foi transmitida da mesma maneira como o faziam músicos populares: de ouvido e por imitação dos músicos experientes. A diferença é que entre os músicos populares irlandeses, o conhecimento musical era transmitido nos pubs; já no caso do Café Irlanda, via Youtube (olha a internet aí de novo!). 

Dentre os ritmos interpretados pelo grupo há, desde os irlandeses jigs, polkas, reels e hornpipes como também a muiñeira galega e o nosso baião. No repertório cantado, destacam-se as canções e lamentos de batalhas do Éire, que contam a história de suas grandes lutas e guerras, e também as irish drinking songs, músicas descontraídas, de espírito boêmio, cuja temática é o passatempo mais popular na Irlanda: beber.

A banda é composta por pessoas com diferentes históricos musicais e não-musicais que, em algum momento e por acaso, se encontraram com a ajudinha da Internet. É o caso do Rique e do Daniel, que se conheceram por meio de um fórum de música folk numa rede social; ou fora dela, como é o caso do Kevin e do Davi, que conheceram o trabalho da banda durante uma apresentação em um pub.


A formação atual do Café Irlanda é composta por: (foto de esquerda para a direita) 

Davi Paladini( bodhrán), Rique Meirelles (Fiddle (violino))***, Caio Gregory (bandolim e voz), Kevin Shortall (violão) e Daniel Sinivirta (Tin Whistle).


Para conhecer o som sensacional do Café Irlanda você pode fazer o download da demo de 4 faixas disponível no site da banda :   http://cafeirlanda.com.br/musicas.htm

Ou ainda se tiver um tempinho a mais você pode escutar o Podocast da apresentação do Café Irlanda na Rádio MEC: http://radiomec.com.br/novidades/?p=11865 


Para se manter em contato com o Café Irlanda:

MySpace:

YouTube:

Twitter:

FaceBook:

Orkut:



Ah!!! Não se esqueça de fazer sua contribuição para o Café (Na)Irlanda!!! 




***Rique Meirelles é integrante também da banda de pop-rock Lágrima Flor



Sláinte,
Fernanda Castro


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Símbolos Celtas

Autora:  Rowena Arnehoy Seneween. O texto se encontra originalmente na página do Templo de Avalon em 3 partes.



(Parte 1)

Os símbolos são emblemas, sinais ou figuras que naturalmente evocam uma aura de mistério e magia. Muitos dos símbolos que hoje conhecemos, são traduções de sinais perdidos no tempo, baseados em suposições e analogias.

Apesar de todas as descobertas de arqueólogos e antropólogos, ainda é difícil saber realmente a diferença entre o fato e a ficção.

Os símbolos, assim como toda a cultura celta, eram sagrados e por isso, transmitidos apenas através de rituais, contos, músicas e danças, mas jamais pela palavra escrita. 

Alguns registros escritos remanescentes dos celtas são muito escassos e, na sua maioria, descritos pelos romanos durante a ascensão do Império Romano e por monges da Idade Média. Portanto, observemos os símbolos celtas de forma simples, seguindo apenas a verdade e a intuição de nossos corações.

Espirais Celtas

As espirais celtas são encontradas em vários artefatos e construções antigas, o seu significado reside na beleza e na simplicidade dos seus traços. Geralmente, representam o equilíbrio do universo dentro de nós, ou seja, o equilíbrio espiritual interior e a consciência exterior.



Elas formam um padrão que começa pelo centro e se deslocam para fora ou para dentro, conforme a sua configuração. Esses movimentos podem ser observados no sentido horário ou anti-horário.

As espirais com movimentos no sentido horário estão associadas ao Sol e a harmonia com a Terra ou movimentos que representam à expansão e à atração.




Por outro lado, as espirais com movimentos no sentido anti-horário estão associadas à manipulação da natureza e aos encantamentos que visam à interiorização e à transmutação de energias, assim como a proteção.

Lembrando que entre os celtas, mover-se em torno de um objeto em sentido anti-horário era considerado como mau agouro.

Os antigos montes de Newgrange, Knowth, Dowth, Fourknocks, Loughcrew e Tara, na Irlanda, são exemplos maravilhosos de espirais celtas, conhecidos como "As Espirais da Vida", que representam de um modo geral o ciclo da vida, da morte e do renascimento... A eternidade da alma!

Triskelion ou Triskle

Triskelion é considerado um antigo símbolo indo-europeu, palavra de origem grega, que literalmente significa "três pernas", e, de fato, este símbolo nos lembra três pernas correndo ou três pontas curvadas, uma referência ao movimento da vida e do universo. 

O número três era considerado sagrado pelos celtas, reforçando o conceito da triplicidade e da cosmologia celta de: Submundo, Mundo Intermediário e Mundo Superior.

O triskelion também é conhecido por triskle ou triskele, triqueta, triskel, threefold ou espiral tripla, e possui dois grandes aspectos principais de simbolismo implícitos em sua representação, que são: 

- Simbologia ligada ao constante movimento de ir, representando: a ação, o progresso, a evolução, a criação e os ciclos de crescimento. 

- Simbologia ligada às representações da triplicidade: Corpo, Mente e Espírito; Passado, Presente e Futuro; Primavera, Verão e Inverno... Os ciclos de transformação.


               


Os nós celtas são variantes entrelaçadas destes maravilhosos símbolos!

Representação dos Três Reinos Celtas 

Sendo o número três, sagrado para os celtas, ele nos liga aos reinos do Céu, da Terra e do Mar – elementos que compunham todo o mundo – e por sua vez formavam os três reinos celtas, que eram vistos da seguinte forma: 

- O Céu, que está sobre nossa cabeça e nos oferece o Sol, a Lua, as estrelas e as chuvas que fertilizam o solo.

- A Terra, que está sob nossos pés e nos dá o alimento, nos abriga e faz tudo crescer - são as raízes fortes das árvores.



- O Mar é a água que está em nós, representa o Portal para o Outro Mundo, que sacia a sede e nos dá a vida - sem a água tudo perece e morre. 

Sendo os três elementos interdependentes, onde cada um possui seu significado próprio, mas que dependem um do outro para continuar existindo, permitido assim, que o nosso mundo também exista em perfeita interação. 

Essa cosmologia não-dualista é bem diferente dos quatros elementos e da visão grega de "céu e inferno", pois os celtas viam tudo na forma de tríades. Além disso, cada reino era relacionado a um grande caldeirão sustentado por três pernas, que por sua vez, também possuíam três atributos diferentes. 

Os três mundos são compostos da seguinte maneira:

- O Outro Mundo ou Submundo: onde os antepassados, os espíritos da natureza, as Deusas e os Deuses vivem.

- O Mundo Mortal ou Mundo Intermediário: onde nós e a natureza vivemos.

- O Mundo Celestial ou Superior: onde as energias cósmicas como o Sol, a Lua e o vento se movem, associadas aos Deuses. 

As três pontas do triskelion eram associadas ao fluxo das estações que representam também os Três Reinos Celtas: Terra, Céu e Mar. E numa versão mais moderna, às três fases da Lua: Crescente, Cheia e Minguante.

Com as mesmas características observadas nas espirais, seu movimento, também, pode ser no sentido horário ou anti-horário. Simbolicamente, o sentido horário: representa a expansão e crescimento e o sentido anti-horário: a proteção e o recolhimento.


              



"Tendo em consideração o número três, símbolo sagrado dos Celtas, o qual tanto se apresenta com a forma de tríade como de triskel, a tripla espiral que, girando à volta de um ponto central, simboliza por excelência o universo em expansão." Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas.

De um modo geral este símbolo está associado ao crescimento pessoal, ao desenvolvimento humano, o fluir da consciência e da expansão espiritual.



(Parte 2)


Caminhando pelo mundo mágico dos símbolos e seus significados, podemos dizer, que de um modo geral, os símbolos celtas estão associados às espirais da vida e ao número três, tido como sagrado na cultura celta.

"Para os celtas, o número três era o número mágico por excelência, o que expressava sua visão do mundo. Podemos encontrá-lo repetido à exaustão, em seus mitos. Era representado graficamente como um triskele, símbolo solar de três braços derivado da roda." Os Mitos Celtas - Pedro Pablo G. May.

Desde as formas mais simples às mais compostas, podemos encontrar um padrão exato de movimentos centrífugos e centrípetos, representando movimentos internos e externos ligados aos ciclos naturais do homem e aos fenômenos da natureza.

As espirais celtas encontradas em antigos sítios arqueológicos, conforme estudos e pesquisas, poderiam ser interpretações e representações exatas de configurações planetárias visíveis de estrelas brilhantes, de eclipses solares e lunares. 

Os povos antigos viam o tempo como uma roda, um círculo sem começo e nem fim.


                                                  




A roda é um símbolo solar, que representava o dia e a noite, a união de duas grandes forças naturais, que dividem o ano em uma parte clara e a outra escura. 

Em Beltane, a roda entrava na época clara do ano (verão), marcando um período de crescimento e ação exterior. Já em Samhain a roda cruzava a metade escura (inverno), marcando um período de busca interior e recolhimento.

Podemos dividir a roda em quatro partes centrais representando os quatros grandes festivais celtas, que são: Samhain, Imbolc, Beltane e Lughnasadh. Os solstícios e os equinócios, numa visão moderna, são divididos em quatro partes transversais, sendo: Solstício de Inverno, Equinócio de Primavera, Solstício de Verão e Equinócio de Outono.

"Os celtas usaram a roda com um símbolo, um amuleto, enquanto que nos festivais, em pleno verão ardente, a roda, rolando em um declive, simbolizava o sol." - A Religião dos Antigos Celtas - J.A. Macculloch. 

Os símbolos celtas, geralmente, são formados de espirais simples, duplas e triplas.

Espirais Simples: As espirais em sentido horário representam o sol de verão (a expansão) e no sentido anti-horário o sol de inverno (a proteção). Representam os solstícios.

                                                       



Espirais Duplas: As espirais duplas representam, o equilíbrio, através dos equinócios da primavera e do outono.


                                                    



Espirais Triplas: As espirais triplas representam a união dos Três Reinos Celtas


                                                    


"Para os celtas, a vida significava movimento e dinamismo e por isso não havia alternativa possível: descartada a opção de ficar quieto, sob pena de ser destruído pela incessante ondulação da existência, a única coisa que restava a fazer, era seguir andando com ela." Os Mitos Celtas - Pedro Pablo G. May.

Os símbolos celtas são inspirações sagradas que ampliam a consciência, despertando sutilmente nosso interesse ancestral por essa misteriosa cultura, além de nos possibilitar acessar um mundo repleto de novas experiências.


(Parte 3)


Os símbolos sempre exerceram um enorme fascínio sob o nosso subconsciente, revelando mistérios guardados na alma e no coração, por vezes, adormecidos pelas brumas do tempo e que nem sempre conseguimos explicar com simples palavras.

A maioria dos símbolos celtas como a roda, as espirais e suas variantes, conhecidas como os nomes de triskelion, triskle, triskele, triqueta ou threefold, reconhecidamente, são representações solares que aparecem em muitas culturas antigas, esculpidas em rochas ou metais. 

"O Sol foi representado pelo símbolo da roda. A força solar se manifesta como uma divindade antropomórfica que, no entanto, manteve o seu motivo de roda original para representar o Sol se movendo pelo céu. O espírito do Sol foi capaz de criar e destruir a vida." Animals in Celtic Life and Myth - Miranda Jane Aldhouse Green.

Alguns desses símbolos remontam há mais de 3000 a.C. e podem ser visto em monumentos pré-históricos e em sítios arqueológicos como em Newgrange, no Condado de County Meath na Irlanda.

A Cruz Solar Celta

A cruz dentro de um círculo ou uma roda, conhecida como cruz solar, foi considerada como um símbolo sagrado que representava o Sol desde os tempos pré-cristãos. Os antigos viam o tempo como uma roda, um círculo sem começo e nem fim.

O círculo e a cruz são símbolos universais de antigas culturas do mundo. Para os celtas o círculo significa o infinito e a cruz, ao se estender para os lados, simboliza os Quatro Grandes Festivais: Samhain, Imbolc, Beltane e Lughnasadh.


                                                       


No folclore irlandês a Cruz Solar é associada à Brighid, conhecida também como "Cruz de Brighid". Na Irlanda é comum confeccioná-la em palha de trigo ou junco. Este antigo costume é derivado de uma cerimônia pré-cristã, relacionada com a preparação das sementes na primavera.

A cruz e outros símbolos celtas, assim como os nós celtas (entrelaçamentos), podem ser encontrados em peças de uso pessoal e até mesmo em armas de guerra, possivelmente com o propósito de se obter boa sorte, proteção e vitória. 

Os celtas acreditavam que o centro da roda era o local, onde o céu e a terra se encontram, ou seja, o lugar onde a alma alcançaria a iluminação... A eterna conexão entre o divino e o profano!

"Imagens dos deuses na Gália podem ser classificadas por meio de seus símbolos, o malho (martelo de forja de cabo longo com cabeça de metal para bater no ferro) e a taça (símbolo da fartura), o martelo, a roda, a cornucópia e o torque usado por Cernunnos. Outros símbolos ocorrem em imagens, altares, monumentos e moedas, mas sem qualquer texto antigo para interpretar esses diferentes símbolos, todas as explicações são possíveis conjecturas." A Religião dos Antigos Celtas - J.A. Macculloch.


[Confira AQUI a Parte 3 completa que fala sobre os Animais Sagrados]



Sláinte!

                                                        

sexta-feira, 22 de julho de 2011

HEAR the voice... of the Bard

 HEAR THE VOICE
by: William Blake (1757-1827)






      EAR the voice of the Bard,
      Who present, past, and future, sees;
      Whose ears have heard
      The Holy Word
      That walk'd among the ancient trees;
       
      Calling the lapsèd soul,
      And weeping in the evening dew;
      That might control
      The starry pole,
      And fallen, fallen light renew!
       
      'O Earth, O Earth, return!
      Arise from out the dewy grass!
      Night is worn,
      And the morn
      Rises from the slumbrous mass.
       
      'Turn away no more;
      Why wilt thou turn away?
      The starry floor,
      The watery shore,
      Is given thee till the break of day.'



quinta-feira, 17 de março de 2011

St. Patrick's Day





Origem: howstuffworks.uol


Introdução


Independente da sua crença, provavelmente você já ouviu falar do dia de São Patrício, tradicional feriado irlandês comemorado anualmente em todo o mundo (onde haja irlandeses), no dia 17 de março. Há muito mais no dia de São Patrício do que somente "vestir roupas verdes".
Neste artigo, você aprenderá sobre São Patrício: a história, doutrina e o dia que homenageia sua vida e suas realizações. 

Quem é São Patrício?


Importantes figuras históricas são freqüentemente escondidas pelos mitos e lendas atribuídos a eles durante os séculos, e São Patrício não é uma exceção. Acredita-se que ele tenha nascido no final do século IV, sempre sendo confundido com Palladius, um bispo que foi enviado pelo Papa Celestino, em 431, para ser o primeiro bispo dos católicos irlandeses. Segundo a Encyclopedia Britannica, São Patrício era o patrono santo e apóstolo da Irlanda, responsável por levar o Cristianismo para o país. A maior parte do que se sabe sobre São Patrício vem de seus dois trabalhos: oConfessio (site em inglês), uma autobiografia espiritual, e sua Epístola, uma denúncia da crueldade britânica contra os cristãos irlandeses. São Patrício se descreveu como um "homem de mente humilde espalhando um contínuo canto de glória e agradecimento a seu Criador por tê-lo escolhido como instrumento por meio do qual multidões tinham adorado a Deus e coisas sujas tinham se transformado em pessoas de Deus".

São Patrício é mais conhecido por tirar as cobras da Irlanda. É verdade que não existem cobras na Irlanda, e provavelmente nunca houve - a ilha foi separada do resto do continente no final da Era Glacial. Assim como muitas religiões pagãs, o símbolo da serpente era comum e normalmente cultuado. Tirar as cobras da Irlanda provavelmente seria o simbolismo para terminar com essa prática pagã. Embora não tenha sido o primeiro a trazer o cristianismo para a Irlanda, Patrício é considerado como a pessoa que encontrou os Druidas de Tara (site em inglês) e aboliu seus rituais pagãos. A história conta que ele converteu os chefes e governantes dos guerreiros, batizando-os e a milhares de seus súditos nas "Holy Wells", que permanecem com esse nome.
Existem vários registros da morte de São Patrício. Um dos registros diz que ele morreu em Saul, Downpatrick, Irlanda, em 17 de março de 460 a.C. Seu maxilar foi preservado num santuário de prata e sempre é pedido em casos de epilepsia, nascimentos e como proteção contra "mau olhado". Outro diz que ele morreu em Glastonbury, na Inglaterra, e que foi enterrado lá. A capela de São Patrício ainda existe, como parte do mosteiro de Glastonbury. Hoje em dia, muitos locais de culto católico ao redor do mundo têm o nome de São Patrício, incluindo catedrais em Nova Iorque (EUA), Dublin (Irlanda) e Toowoomba, Queensland (Austrália).

Origens do dia de São Patrício


O dia de São Patrício tem sido associado a tudo o que é irlandês: qualquer coisa verde e dourada, trevos e sorte. O mais importante para aqueles que celebram seu real significado é que o dia de São Patrício é um dia tradicional de renovação espiritual e de oferta de orações para missionários de todo o mundo. Os irlandeses são descendentes dos antigos celtas, mas os vikings, normandos e ingleses contribuíram para a natureza etnica desse povo. Séculos de domínio inglês eliminaram muito o uso do antigo idioma galês ou irlandês. A maioria dos irlandeses é formada por católicos ou protestantes (anglicanos membros da Igreja da Inglaterra).

Então, por que esse dia é comemorado em 17 de março? Uma teoria é de que esse foi o dia em que São Patrício morreu. Desde que o feriado começou na Irlanda, acredita-se que, conforme os irlandeses se espalharam pelo mundo, eles levaram consigo a história e as comemorações. O maior exemplo disso, é claro, vemos na Irlanda. Exceto bares e restaurantes, quase todo o comércio fecha no dia 17 de março. Como é um feriado religioso, muitos irlandeses vão à missa, pois 17 de março é o dia tradicional em que se reza pelos missionários no mundo todo antes da celebração começar.
Em cidades norte-americanas com grande população irlandesa, o dia de São Patrício é muito importante. Grandes e pequenas cidades o comemoram com desfiles, "desfiles verdes", músicas, comidas e bebidas irlandesas e atividades para crianças, como artes, pinturas e jogos. Algumas comunidades chegam até a tingir rios ou córregos de verde!

Cerveja!!! Mas, de onde surgiu a cerveja nesta história toda?(via Testosterona)

Com o passar do tempo, as conotações religiosas da comemoração do Dia de São Patrício foram ficando cada vez mais distantes, e a data passou a ser uma celebração da amizade e da cultura irlandesa. E falando em festa, amizade e cultara irlandesa, nada mais lógico do que ter muita CERVEJA!!!.
Portanto, a cerveja faz parte da festa simplesmente porque não existe festa sem cerveja, certo?!

Mas, e o trevo? Vamos a ele… (via Testosterona)
Apesar de ter nascido na Grã-Bretanha, São Patrício foi vendido como escravo para a Irlanda, quando tinha penas 16 anos, voltando para casa 6 anos depois, após ter conseguido fugir de seu cativeiro. Desde então, dedicou-se à vida religiosa e acabou retornando à Irlanda para pregar o Evangelho. Utilizava o trevo de três folhas para explicar como a Santíssima Trindade (Pai, Filho, Espírito Santo) era três e um ao mesmo tempo.
É por isso que o trevo de três folhas sempre acompanha a identidade de St. Patrick.