quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Druídas, os Homens Carvalho

Los hombres del roble





Concedednos divinidades
Vuestra protección
Y con vuestra protección, la fuerza
Y con la Fuerza, la comprensión
Y con la comprensión, el saber
Y con el saber, el sentido de la justicia
Y con el sentido de la justicia, el amor
Y con el amor, aquel de todas formas de vida
Y en el amor de todas las formas de vida, el amor de los dioses y de las diosas
Y de todas sus fuerzas"

Su imagen es el misticismo, la magia, ese poder sobrenatural anhelado. Con sus túnicas y largos cabellos han sobrevivido a los siglos en la mente de los que sueñan con los arboles y las estrellas. Por el aire su espíritu recorrió la tierra europea invadiéndola de partículas mágicas, los hombres del roble dejaron su alma flotando sobre la tierra verde.

Hacían las funciones de sacerdotes, astrónomos, adivinos, magos, jueces, maestros, médicos, instructores…, los druidas eran la minoría que poseía el poder, la magia y el conocimiento. Reclutados entre la nobleza, no eran una casta hereditaria, los druidas ancianos seleccionaban a los más capaces y de jóvenes ingresaban en escuelas donde eran instruidos en ciencias naturales aplicadas a la religión, la astronomía y la adivinación. Podían pasar más de veinte años hasta completar la preparación, toda su enseñanza se basaba en la memoria, la observación y la oratoria. Al acabar la instrucción pasaban a formar parte del clero celta encabezado por un sumo pontífice. No pagaban impuestos, no iban a la guerra y no trabajaban la tierra. Pero su función dentro de la comunidad era múltiple, estudiando el movimiento de la luna y el sol establecían el calendario, vital para el ciclo de cosechas. Ejercían de jueces en los litigios y sus fallos debían de ser aceptados por el afectado bajo pena de no poder realizar sacrifios, siendo condenado como impío y criminal. Eran los instructores de la nobleza guerrera preparándola técnica y espiritualmente para el combate. En los momentos complicados ejercían como asesores diplomáticos y su magia era puesta a disposición de los espíritus guerreros. Como clero establecían las fiestas religiosas y preparaban las ceremonias, esos rituales místicos y mágicos donde invocaban fenómenos meteorológicos o realizaban curaciones, donde sus oraciones se perdían entre las sombras de los arboles envueltas en música grave y solemne. Antes del combate, los celtas cantaban golpeando los escudos con sus armas y soplaban sus trompas con el fin de atemorizar al enemigo, los druidas con sus fuegos invocaban a los espíritus para que volando junto a los sonidos protegieran a su pueblo. Su símbolo sagrado era el muérdago recolectado en invierno el sexto día de la luna, en una solemne ceremonia realizada por un sacerdote vestido de blanco que cortaba la planta con una hoz de oro depositándola en un manto, momento en el que eran inmolados dos toros blancos.

“Tal como un árbol.
Del cual las raíces penetran en todas las capas profundas de la Tierra
y suben hacía el Cielo para elaborar lo que justamente
las Fuerzas Divinas le incitan a producir.
Te pido árbol del Mundo que mi eje de vida
este siempre en expansión y crecimiento, como el tronco de tu árbol.
Capa profunda de mi Tierra.
Infunde el Flujo de mi Alma en mi Árbol de vida.
Que el árbol de Vida proyectado,
Así de mis raíces pueda realizar,
El Destino de mis Frutos de toda mi Tierra”



A pesar del paso de los siglos los hombres del roble perviven en nuestros campos, en el rocío de las hojas, en la savia de los arboles, en el azul del cielo, sus almas se mezclaron en el horizonte para perderse y volver. La esencia celta brota con el relente de la mañana en estos añejos campos europeos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Novidades do "Mundo de lá" DVD DO BRAIA LANÇADO



Finalmente é lançado o primeiro registro em DVD da banda Braia. Pra quem não sabe, o Braia é o projeto que Bruno Maia (Tuatha de Danann) iniciou em 2007 como um trabalho solo, lançou o cd "Braia...e o mundo de lá" no Brasil e na França, e hoje se tornou uma verdadeira banda, com nove integrantes. A proposta do Braia é mesclar a música celta com a música brasileira -o choro , a música mineira - e o rock progressivo dos anos 70.Tudo isso regado a muitos intrumentos atípicos à produção musical brasileira como a uilleann pipe(gaita de fole irlandesa), bouzouki, banjo, tin e low whistles,entre outros, além dos convencionais intrumentos do pop/rock como violões, guitarra, bateria, baixo, teclados ,etc... O DVD contem todas as músicas do cd "Braia...e o mundo de lá" executadas ao vivo, uma inédita, Lorac mo Chrói e performances dos membros da banda em solos fantásticos como a da cantora Fernada Ohara, o baterista Anderson Alarça, os tecladistas Edgard Brito e Rafael Castro em um duelo e o gaiteiro Alex Navar. Não deixem de conferir esse diálogo multicultural que transcende as fronteiras da arte convencional e sejam bem vindos ao universo mágico do Braia. Line Up: Bruno Maia- vocais, bouzuki, bandolim, tin e low whistle, banjo, violão, guitarra e guitarra havaina Fernanda Ohara- vocais Julio Andrade- vocais, violões, guitarra,bandolim e bouzouki Giovani Gomes- baixo e vocais Alex Navar- uillean pipes Roger Vaz-violinos Edgard Brito- teclados e escaleta Rafael Castro- teclados Anderson Alarça - bateria Confiram um trailer do DVD no site da banda : http://www.braiamusica.com/
Confira mais neste link : Roça'n'Roll

Mitologia Celta da Irlanda - parte 3 (Ciclo dos Reis e Imramma, Jornadas ao Outro Mundo )



Ciclo dos Reis

Descrito como “menos mágico do que o Ciclo Mitológico, menos heróico do que o Ciclo do Ulster e menos romântico do que o Ciclo Feniano” (James MacKillop), o Ciclo dos Reis retrata os feitos de diversos reis históricos de pequenos reinos locais da Irlanda. É importante alertar que a palavra “rei” no sentido celta é bem diferente da visão moderna do déspota plenipotenciário ou da figura alegórica que caracterizam os reis no imaginário popular de nossos dias. O rei celta deveria ser “física, mental e espiritualmente íntegro”, pois de seu casamento simbólico com a Soberania do Reino dependia a prosperidade da terra e de seu povo. Os reis celtas costumavam ser escolhidos não por sua linhagem, mas por seu valor e sabedoria – o que não impedia o estabelecimento de famílias reais que deram origens à visão da liderança dos clãs. A própria palavra ‘clã’ vem do irlandês clann, literalmente, ‘família’ – não a família nuclear que conhecemos, mas a família estendida, a tribo. É o que vemos em Baile in Scáil, “O Êxtase Poético do Espectro” no qual o ‘espectro em questão é ninguém menos que o poderoso deus Lugh surge ao lado de sua esposa, a Donzela da Soberania da Irlanda, diante do rei Conn “das Cem Batalhas” para lhe oferecer a taça com a cerveja vermelha da Soberania – um tema intimamente associado à imagem do Graal arthuriano. A pergunta que o cavaleiro Perceval deveria ter feito ao Rei Pescador no romance medieval Persival – “a quem serve o Graal?” – surge nesta lenda irlandesa anterior e pouco conhecida: ao ofertar o cálice com a cerveja vermelha a Donzela da Soberania pergunta a Lugh: “a quem devo ofertar esta taça?”

Outro texto importante deste Ciclo é “A Loucura de Suibhne”, em que o Rei Suibhne, o Louco desafia o cristianismo de São Ronan e, como resultado de ‘maldições’ lançadas pelo cristão, enlouquece e passa a viver como um pássaro, voando pelos bosques da Irlanda e recitando poemas que são verdadeiras odes à Natureza e às árvores. Pelo paralelo facilmente estabelecido com a história britânica de Myrddyn / Merlin, que também ‘enlouquece’ e passa a profetizar em meio à natureza, podemos identificar em ambas as histórias sobrevivências de elementos xamânicos pré-cristãos da espiritualidade celta.

Imramma, Jornadas ao Outro Mundo
 
Outro componente de natureza bastante xamânica da literatura celta irlandesa são as lendas conhecidas coletivamente como immrama, ou literalmente, “remações”, viagens por água, que são jornadas ao outro mundo – retratado como ilhas sagradas a oeste da Irlanda. Entre elas, citamos a “Balada de Oisín no Outro Mundo”, em que o herói Oisín, filho de Fionn Mac Cumhaill, viaja para Tír na nÓg, a ‘Terra da Juventude’, numa jornada por mar em companhia da belíssima – e divina – Niamh “dos Cabelos Dourados”. Lá ele passa 300 anos como esposo de Niamh, que lhe concede três filhos. Quando ele decide visitar a Irlanda, Niamh tenta demove-lo da idéia, mas por fim ele parte no cavalo branco dela, com instruções expressas de jamais descer do cavalo. Ao retornar, a Irlanda que ele encontra está transformada – os grandes e nobres Fianna haviam desaparecido, os homens são fracos e sem dignidade. Por fim, Oisín acaba descendo do cavalo, o que faz com que ele envelheça todo o tempo que ele estivera fora.
Em “A Viagem de Bran mac Febail”, o protagonista também é atraído ao Outro Mundo por uma linda mulher que lhe surge num sonho (transe xamânico?). Sua jornada pelos domínios do deus Manannán (o mar) é plena de maravilhas, passando por diversas ilhas mágicas repletas de simbolismo até que também ele retorna para uma Irlanda que ele não reconhece – afinal, o tempo passado no Outro Mundo correra de forma diferente... ele relata suas aventuras usando varetas com inscrições em Ogham – o alfabeto sagrado dos druidas irlandeses – e em seguida retorna para o Outro Mundo.
A imram de Bran é em diversos aspectos muito semelhante à de Mael Duin, e seu simbolismo oculto foi ricamente explorado pela autora Caitlín Matthews em sua obra “O Livro Celta dos Mortos”, um inspirado trabalho oracular facilmente compreendido por quem se disponha a estudá-lo.
Elementos de ambas são encontrados na obra Navigatio Sancti Brendani, a “Viagem de São Brandão, o Navegador”, um místico irlandês que, no século VI, teria feito uma jornada a terras pardisíacas a oeste da Irlanda. A popularidade desse texto levou-o a ser redigido em diversos idiomas, inclusive no português – daí não ser difícil estabelecer uma correlação bastante direta com a nomeação, em eras posteriores, das terras descobertas pelos portugueses na América com um dos nomes das ilhas sagradas da mitologia irlandesa, alcançada justamente por uma imram: Hy Brasil, a “Ilha dos Abençoados”. O fato de São Brandão de Clontarf ser uma personagem histórica oriunda da classe druídica da Irlanda aumenta a importância dos relatos e de sua relevância mística na nomeação das terras brasileiras.

Ao final de toda imram, chega-se ao Paraíso, as terras sem maldade, sem doenças, onde todos permanecem jovens: o mundo perfeito. As imramma podem ser, assim, vistas como jornadas míticas que nos levam a uma visão da perfeição, para que essa perfeição informe nossa ação no mundo em que vivemos – o trabalho de cura e transformação inspirada do mundo, função fundamental dos mitos e lendas de todos os povos.